terça-feira, 11 de maio de 2010

Sem recall: conheça o Corolla americano

Em 1968 desembarcava nos Estados Unidos o primeiro Toyota Corolla, carro compacto de grande sucesso no Japão. Dois anos depois do seu lançamento e algumas melhorias mecânicas, o novo carro chegou discretamente para disputar o segmento de compactos. Com acabamento simples, poucos opcionais e motor quatro cilindros 1,1 litro de 60 cv, era muito pouco no país do motor V8. Mesmo assim o pequeno japonês surpreendeu com grande economia de combustível e velocidade máxima de 140 Km/h.
Seu design não agradou por conta da grade com barras verticais (parecida com os carros europeus), e a simplicidade que era visível por todo o lado nos poucos frisos, pára-choques finos e quase nenhum emblema. As vendas nos EUA eram baixas até 1970, quando a Toyota lançou um novo motor 1,2 litro de 73 cv e equipou o carro com transmissão automática: estavam no caminho certo. Já na Europa, mais de 100 mil unidades do Corolla haviam sido vendidas até 1970, e a fila de espera para adquirir o carro chegava a cinco meses em alguns países.
Em 1971, o motor passava para 1,6 litro e 102 cv, com câmbio manual de cinco marchas ou automático de três velocidades, que naturalmente era o mais vendido nos EUA. Seus maiores concorrentes eram o Plymouth Valiant e o Chevy Nova, ambos com motores de 100 cv, que custavam um pouco mais do que os US$ 1.700 do Corolla.
 
Com este preço, o Corolla mais simples já vinha com opcionais de conforto como carpetes integrais, teto revestido em tecido de boa qualidade, bancos anatômicos e reclináveis, rádio AM/FM, acendedor de cigarros, temporizador dos limpadores e desembaçador elétrico dos vidros. Outros itens de segurança completavam o carro como pneus radiais, ajuste na coluna de direção e freios a disco, sem contar os opcionais como ar-condicionado e aquecimento, câmbio automático de três velocidades e vidros e travas elétricos.
Nos testes e comparativos, os modelos americanos levavam a melhor em desempenho, mas não nos quesitos robustez e economia. Desde as primeiras versões, o Corolla parecia mesmo inquebrável, sem contar a economia: na cidade mantinha médias de 14Km/por litro e na estrada surpreendentes 18 Km/litro.
O Toyota Corolla ficaria popular mesmo a partir de 1974 com a fase mais aguda da crise do petróleo, que levou os consumidores às concessionárias em busca de carros mais econômicos. A propaganda japonesa acompanhou esse movimento e valorizava a economia do carro, a esta altura disponível nas versões cupê, sedã e perua.
A segmentação dos compactos levou a Toyota a lançar nos Estados Unidos um carro mais moderno e confortável, o Tercel, que inicialmente chegou como Corolla Tercel, posicionado entre os compactos "Premium", um segmento em ascensão. Era estratégia de marketing, pois o Tercel era um carro completamente diferente, um novo projeto, mais moderno com suspensão McPherson, tração dianteira e opcionais de segurança como freios a disco, coluna deformável em caso de impacto e vários itens de conforto.
O Corolla estreou na década de 1980 como um projeto antigo, mas ainda assim inteligente. Com motor 1,6 litro de 70 cv, era 12% mais econômico que a versão anterior. A Toyota também arriscou com as versões SR5 cupê e hatchback, que trazia melhor desempenho e segurança, e o Deluxe sedã, com revestimento em couro.
A joint venture com a General Motors nos anos 1980 permitiu à Toyota compreender melhor as expectativas do consumidor americano. Na Califórnia era fabricado o novo Corolla e o Nova (depois rebatizado de Prizm). Entre os diferenciais; carburador eletrônico, bancos e direção com ajuste, acabamento aprimorado, troca de óleo a cada 16 mil Km, troca do líquido de arrefecimento a cada 96 mil Km, vidros elétricos e nova suspensão.
 
A partir de 1984, o Corolla caiu definitivamente nas graças do consumidor nos Estados Unidos, principalmente no estado da Califórnia, mais exigente em termos de segurança e padrões de emissões. O carro também estava bem mais completo com rodas de liga leve, repetidores de seta lateral, acabamento aprimorado, conjunto elétrico e um estilo que dava ao carro a impressão de ser maior do que na verdade era. Nesta década, chegou a geração que perdurou até o final dos anos 1990 e que também marcou a entrada do Corolla no mercado brasileiro.
 

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