segunda-feira, 26 de abril de 2010

Monza ou Ascona? Conheça a origem deste sedan

Encontramos na pista do Auto Show Collection um carro inusitado. Ao olharmos rapidamente se trata de um Chevrolet Monza Classic, versão luxuosa do sedan que era sonho de consumo da classe média na década de 1980.
O carro tem cor dourada, os pára-choques na cor cinza e as mesmas linhas que o consagraram no mercado brasileiro. Mas alguns detalhes levantam grandes dúvidas a seu respeito. A grade, por exemplo, é diferente do Monza, e tem o símbolo da Opel, subsidiária da General Motors na Europa. A resposta parece a caminho: é um Ascona?
Nas laterais, a mesma saia do modelo nacional, porém, com o emblema "Luxus", configuração nunca vendida por aqui. Mais dúvidas...
A traseira também é parecida com o nosso Monza, porém com os emblemas Ascona e Opel sobre um adesivo cinza fosco, na tampa do porta-malas. As lanternas escurecidas também levam uma extensão, o que dá um aspecto ainda mais "clássico" para o carro.  
O interior é monocromático (do Monza), com volante que traz o símbolo da européia Opel (do Ascona). O restante é igual ao modelo brasileiro, que também era exportado para alguns países da América do Sul.
Junto ao pára-brisa encontramos manual e ficha técnica no idioma alemão. Outro documento mostra que o carro foi importado pela GM do Brasil.
 
Vamos aos fatos
Franciso Correia é dono do carro há poucos meses, mas conhece todo o seu histórico. O carro é de fato um Chevrolet Monza, versão Classic, fabricado em 1989, exportado para a Venezuela, que depois voltou para o Brasil.
Explicamos: em 1989 a GM comunicou que não iria mais fabricar o Monza a partir do ano seguinte, substituindo-o por uma versão mais moderna. A esta altura, a Venezuela importava alguns destes modelos em CKD, que eram finalizados no país de destino. Francisco mostra-nos o selo de fábrica dos vidros, que é de origem venezuelana. O pára-brisa, no entanto, é fabricado no Brasil.
Após o anúncio feito pela GM, as 226 unidades que já estavam na Venezuela voltaram para o Brasil. Todos estes carros tinham câmbio automático, injeção eletrônica e interior monocromático, além de um ajuste no diferencial e ausência de desembaçador traseiro. Estes carros foram oferecidos no mercado brasileiro, e hoje são raríssimos.
No início deste ano, Francisco Correia começou a saga para fazer uma "cirurgia plástica" em seu Monza (agora podemos chamá-lo assim) e transformá-lo em Opel Ascona. Para quem desconhece, o Ascona é a versão européia do nosso Monza, desenvolvido em 1979 como projeto "J", de grande sucesso, e que desembarcou por aqui em 1983. Para isso adquiriu lanternas, emblemas, volante e outros itens em um site de mercadorias e recebeu tudo em casa. A transformação resultou numa versão inusitada, que não passa despercebida até mesmo por um grupo de alemães, que observamos ao lado do carro enquanto tentavam entender este interessante modelo "híbrido". É um Monza, que tem muito mais do que DNA alemão.

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