terça-feira, 6 de abril de 2010

Dodge Custom 1957: beleza real

Quem gosta de automóvel grande sabe que a melhor época para a indústria automotiva foi a segunda metade da década de 1950. Neste período a tecnologia avançou e os carros se desenvolveram de forma notável, principalmente entre as grandes marcas americanas.
Um representante desta fase foi a linha Dodge de 1957, com destaque para o Custom Royal, top de linha da divisão Chrysler, vendido na época por US$3.400. O modelo estava posicionado acima do Coronet, que tinha poucos frisos e equipamentos de série, e o Royal, que era um pouco mais completo.
Nesta época, os modelos Dodge eram caracterizados pelo desenho com certo exagero, mas que agradava o seu público, além de motores de alta compressão e preço mais baixo em relação aos Chevrolet e Ford. Entre 1955 e 1959 os modelos mudariam seu visual ano a ano e a linha 1957 ficou caracterizada pelo estilo "forward look", bastante agressivo, com imensas aletas e os rabos de peixe, que eram moda na época.
O Custom Royal tem grandes peças cromadas como o para-choque dianteiro dividido em duas peças ligadas por três ressaltos de cada lado (no Coronet, mais simples, havia apenas um friso). A dianteira vinha emoldurada com um friso que abrigava também os faróis duplos. As laterais, sempre em duas cores, combinava azul, vermelho, verde ou preto com branco, ou cores metálicas como o dourado com preto, no caso dos Custom Royal, vendidos com teto rígido (hard top) ou conversível (Lancer). Na traseira, as grandes aletas e destacadas lanternas completavam o conjunto.
Só o modelo Coronet era vendido com motor seis cilindros de 138cv. O Custom Royal vinha equipado com o Super Red Ham Hemi V8 325 (5,3 litros) de 245cv. Também estava disponível o pacote D-500 com motor de 285cv e torque de 47,6kgfm com um carburador ou 310cv com torque de 48,3kgfm e dupla carburação.
O interior do Custom Royal era idêntico aos modelos mais simples, porém trazia tecidos texturizados de melhor qualidade e combinações inusitadas como preto e dourado, como no veículo da foto. Seu sobrenome, que remonta à realeza, era traduzido por ornamentos clássicos em todo o carro, texturas exclusivas e brasões. O painel completo tinha diversos mostradores redondos, e o câmbio automático PowerFlite era acionado por botões, bem como o teto conversível.

Em todas as frentes de combate
Nesta época, a Chrysler Corporation oferecia a mais ampla linha do mercado norte-americano com várias marcas e modelos. Desde os Plymouth, posicionados como modelos de entrada, aos intermediários Dodge e também Chrysler, passando aos luxuosos De Soto, a grande americana conseguiu lutar de frente com a concorrência oferecendo carros com excelente relação entre custo e benefício. Os desenhos de Virgil Exner eram futuristas, e mudavam todos os anos para manter seu apelo visual, o que deu ao grupo Chrysler um grande fôlego, ainda que permanecesse em terceiro lugar nos EUA.
Entre os modelos de alto luxo estavam os Imperial, que eram posicionados para brigar com Lincoln e Cadillac. No entanto duraram pouco, entre 1955 e 1975, com uma nova tentativa entre 1981 e 1983. As divisões De Soto e Plymouth também pertencem a um passado glorioso, e foram extinguidas em 1961 e 2001, respectivamente.  
Na década de 1960 os Chrysler foram os campeões das pistas e deram origem a muscle cars como Charger R/T, Daytona, Super Bee entre outros. Em 1973, a crise do petróleo abalou as vendas da companhia, que nunca mais foi a mesma. Acostumada a carros grandes com motor V8, nos anos 1980 se especializou em utilitários que foram líderes de mercado até a década seguinte, como a perua Grand Caravan, os Jeep Wrangler e Cherokee, além da picape RAM. Também lançou alguns sucessos como o compacto Neon e o sedan Stratus, nos anos 1990.

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