Nos anos 1950 os rabos de peixe eram moda entre os carros fabricados nos Estados Unidos. Porém, os designers de automóveis sabiam que esta moda duraria pouco, e começaram a trabalhar em modelos mais modernos, sem aletas, ou rabos de peixe e com maior eficiência aerodinâmica. Afinal, para o vento passar por imensas grades e pára brisas em ângulo quase reto, era preciso consumir mais combustível... e a busca desses profissionais tinha o objetivo de tornar o automóvel mais eficiente.
Assim o Studio Ghia em parceria com Virgil Exner trabalharam sobre a plataforma do Dodge Dart de 1956 e apresentaram no ano seguinte um carro inovador, que na verdade nem chegou a ser produzido em grande escala: o Chrysler Diablo. Com um motor endiabrado e boa relação aerodinâmica, o modelo chegaria com facilidade aos 200 Km/h de velocidade máxima.
A dianteira ficou muito diferente do que havia naquele tempo. O párachoque ganharia forma quase ovalada, com conjunto ótico duplo e as molduras integradas completamente ao formato curvo do carro. O friso cromado envolvia todo o carro, e na traseira apesar da beleza discreta, lá estava o quase embutido "rabo de peixe". Assim era o Diablo: revolução e contra-revolução num mesmo projeto.
O interior trazia estofamento creme com tecido vermelho, bancos individuais com um imenso console, muitos botões, bancos elétricos, e o painel dividido por uma grande faixa central. À frente do motorista, os mostradores redondos como um esportivo e volante oval com faixa cromada no centro.
O motor era o "Firepower" V8 392, de 375 cv de força, o mesmo do Chrysler 300 da época. Com melhor aerodinâmica, o resultado seria impressionante nas pistas, ou pelo menos esse era o plano da Chrysler que sonhava alto com o seu novo esportivo.
O símbolo do carro seria um tridente, formato que foi criticado pelos conservadores, mas o fato é que o Chrysler agradou tantos aos designers quanto ao mercado. No entanto o projeto foi deixado de lado pelo grupo americano, já que iria supor uma mudança radical na linha, pois o Diablo nada tinha a ver com os modelos de seu tempo. E avanço demais poderia ser uma aposta cara, afinal a Ford na mesma época investia nos Edsel que nunca se tornaram sucesso, e a Chrysler não queria cometer o mesmo erro.
Muita gente pensou que a marca iria usar o conceito Diablo para mostrar o que seria o Dodge Dart no futuro, mas essa possibilidade nem foi analisada. Em 2008 um dos protótipos foi vendido por US$ 1,2 milhão.
A influencia da grade ovalada apareceu nos Plymouth e Dodge do final da década de 1950, e o Diablo bem que tentou "cutucar" o mercado com seu design endiabrado, mas seu projeto não foi adiante. Na década de 1990, a Lamborghini comprou a licença para usar o nome "Diablo" em seu novo veículo. O resto da história você já conhece...
0 comentários:
Postar um comentário