quinta-feira, 15 de abril de 2010

Chrysler Diablo: aerodinâmico sem perder herança dos anos 1950

Nos anos 1950 os rabos de peixe eram moda entre os carros fabricados nos Estados Unidos. Porém, os designers de automóveis sabiam que esta moda duraria pouco, e começaram a trabalhar em modelos mais modernos, sem aletas, ou rabos de peixe e com maior eficiência aerodinâmica. Afinal, para o vento passar por imensas grades e pára brisas em ângulo quase reto, era preciso consumir mais combustível... e a busca desses profissionais tinha o objetivo de tornar o automóvel mais eficiente.
Assim o Studio Ghia em parceria com Virgil Exner trabalharam sobre a plataforma do Dodge Dart de 1956 e apresentaram no ano seguinte um carro inovador, que na verdade nem chegou a ser produzido em grande escala: o Chrysler Diablo. Com um motor endiabrado e boa relação aerodinâmica, o modelo chegaria com facilidade aos 200 Km/h de velocidade máxima.
A dianteira ficou muito diferente do que havia naquele tempo. O párachoque ganharia forma quase ovalada, com conjunto ótico duplo e as molduras integradas completamente ao formato curvo do carro. O friso cromado envolvia todo o carro, e na traseira apesar da beleza discreta, lá estava o quase embutido "rabo de peixe". Assim era o Diablo: revolução e contra-revolução num mesmo projeto.
O interior trazia estofamento creme com tecido vermelho, bancos individuais com um imenso console, muitos botões, bancos elétricos, e o painel dividido por uma grande faixa central. À frente do motorista, os mostradores redondos como um esportivo e volante oval com faixa cromada no centro.
O motor era o "Firepower" V8 392, de 375 cv de força, o mesmo do Chrysler 300 da época. Com melhor aerodinâmica, o resultado seria impressionante nas pistas, ou pelo menos esse era o plano da Chrysler que sonhava alto com o seu novo esportivo.
O símbolo do carro seria um tridente, formato que foi criticado pelos conservadores, mas o fato é que o Chrysler agradou tantos aos designers quanto ao mercado. No entanto o projeto foi deixado de lado pelo grupo americano, já que iria supor uma mudança radical na linha, pois o Diablo nada tinha a ver com os modelos de seu tempo. E avanço demais poderia ser uma aposta cara, afinal a Ford na mesma época investia nos Edsel que nunca se tornaram sucesso, e a Chrysler não queria cometer o mesmo erro.
Muita gente pensou que a marca iria usar o conceito Diablo para mostrar o que seria o Dodge Dart no futuro, mas essa possibilidade nem foi analisada. Em 2008 um dos protótipos foi vendido por US$ 1,2 milhão.
A influencia da grade ovalada apareceu nos Plymouth e Dodge do final da década de 1950, e o Diablo bem que tentou "cutucar" o mercado com seu design endiabrado, mas seu projeto não foi adiante. Na década de 1990, a Lamborghini comprou a licença para usar o nome "Diablo" em seu novo veículo. O resto da história você já conhece...

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