Muntz de 1952 na pintura de Ribinha (Foto: Divulgação)
Parece photoshop, mas é tinta pura. Nas telas do artista plástico José
de Ribamar Costa Oliveira, 34, conhecido como Ribinha, os carros antigos
retratados só faltam cantar pneu e aquecer os motores. O hiper-realismo
das 17 obras poderá ser visto durante a exposição "Resgate do sonho e
Glamour”, que acontece no Bar Barão da Itararé, de 25 de novembro a 23
de dezembro, em São Paulo.
Natural de Barreirinhas, cidade vizinha a Lençóis Maranhenses, no
Maranhão, Ribinha ganhava a vida como pintor de letreiros e cartazes,
ofício que começou aos 14 anos. “Descobri meu talento bem antes, aos
nove. Na escola, todos os trabalhos que precisavam de desenho e pintura,
meus amigos me pediam ajuda”, recorda, sem falsa modéstia.
Contratado para fazer aparos e restaurações em paredes e portas de um
hotel na cidade, Ribinha encontrou no dono do estabelecimento uma
espécie de mecenas. Sergio Dória, filho de artista plástica, se
interessou pela técnica do rapaz, na época com 29 anos e já pai de dois
filhos.
Para avaliar o nível de Ribinha – que nunca estudou sobre arte tampouco
cursou escolas técnicas - Sergio propôs uma espécie de teste. Ofereceu
ao pintor a parede do salão de jogos do hotel e pediu a ele que
reproduzisse o desenho de um jipe.
“Era superdifícil. Fiquei apreensivo. A obra tinha que mostrar o jipe
invadindo e quebrando uma enorme parede. Me assustei com o pedido, mas
sabia que conseguiria reproduzi-lo”.
Dois anos após o “processo seletivo”, Sergio montou um ateliê dentro do
hotel para que Ribinha pudesse desenvolver seu trabalho como artista
plástico. Foi dele também a ideia de reproduzir fotos de carros antigos
em grandes telas.
“Eu precisava de um tema para conseguir expor. O Sergio gostava de
carros antigos e deu essa sugestão. Não era um gosto pessoal, eu não
tinha conhecimento muito menos acesso a esse material, mais comum nos
Estados Unidos. Gostei do desafio e fui criando meu estilo, minha arte.”
Os livros servem apenas como material de referência, garante o artista.
Durante o processo de criação, ele inventa novas cores e formas, além
de propor cenários de fundo para os carros.
Por ora, a exposição começa e termina na capital paulista. O desejo de Ribinha, porém, é chegar ao nível de reconhecimento (e técnica) de um hiper-realista francês, Philippe Lhuillier, que pinta até em alumínio e expõe suas obras nas galerias de Paris.
Por ora, a exposição começa e termina na capital paulista. O desejo de Ribinha, porém, é chegar ao nível de reconhecimento (e técnica) de um hiper-realista francês, Philippe Lhuillier, que pinta até em alumínio e expõe suas obras nas galerias de Paris.
Em uma breve passagem por Barreirinhas, o artista internacional gostou
da representação do mar desenhado no muro de uma fábrica – feito por
Ribinha há mais de cinco anos – e foi atrás do artista. A procura
resultou em amizade e até algumas aulas durante a breve passagem de
Lhuillier. "Quero chegar lá", comenta.
Fonte: G1
Fonte: G1
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