Fusca azul pavão fabricado na Alemanha chegou em 1967 ao Brasil e foi comprado por 7.555 cruzeiros. (Foto: Milene Rios/G1)
Componentes são originais. (Foto: Milene Rios/G1)
Antes de entregar as chaves, no entanto, Abrahão fez uma exigência. “Pedi que ele não vendesse o carro para mais ninguém. Que quando não precisasse mais, que me procurasse.” E a palavra, que na época valia mais do que qualquer contrato, foi cumprida. “Oito anos depois ele me procurou e me vendeu o Fusca pelo preço de um modelo nacional de 1965, que na época era muito pouco”.Abrahão, então, que já era médico e casado, resolveu cuidar do seu primeiro ‘filho’. “Como peguei o carro adolescente, na época troquei as rodas e o volante por acessórios mais esportivos e depois voltei a usar as peças originais”, conta. “Tive que fazer também a pintura e o motor que não resistiram ao tempo e desgaste”. Mas só. O modelo é muito bem conservado e manteve todas as características que fazem dele uma relíquia.
Modelo chegou a ser vendido por uma boa causa, mas depois foi recuperado. (Foto: Milene Rios/G1)
Retrovisor só no lado direito. (Foto: Milene Rios/G1)
Depois de algumas trapalhadas, conseguimos, enfim, sair com o Fusca. Em meio ao trânsito, uma importante observação. Como o volante é do lado oposto, o retrovisor só existe para o lado direito. A saída óbvia seria usar o retrovisor interno, mas a peça original que dá suporte ao espelho é levemente inclinada para a direita e não permite ajuste. Para garantir a originalidade do 'baratinha', a solução encontrada por Abrahão foi colocar um espelho mais largo sobre o retrovisor para enxergar, inclusive, os carros à esquerda.Outra curiosidade exclusiva do modelo alemão são as duas alavancas com as cores branca e vermelha, posicionadas uma de cada lado do freio de mão, para o acionamento do ar frio e quente, respectivamente. Diferentemente da versão nacional, há também uma tampa nas saídas de ar localizadas próximas ao assoalho que podem ser abertas e fechadas com os pés.
Carro tem 45 anos e ainda conserva a originalidade nos detalhes. (Foto: Milene Rios/G1)
Rodas são as de fábrica. (Foto: Milene Rios/G1)
Mas qual é o valor de tantas histórias? O Fusca de 1965 chegou a ser anunciado uma vez por US$ 20 mil, segundo o médico "em um tempo de vacas magras', mas na primeira oferta o dono se arrependeu e voltou atrás da decisão. "NInguém sabe o quanto vale um carro desse, mas eu sei o tanto que ele representa para mim", diz. "Ele vale, na verdade, uma boa causa. Eu não venderia ele por preço nenhum".Para quem se contentar em apenas conhecer o modelo de perto, ele será uma das principais atrações de uma exposição em homenagem ao dia mundial, que acontece nesta terça-feira, no Sambódromo do Anhembi, a partir das 18h. A entrada é gratuita e será realizada na Avenida Olavo Fontoura, portão 23.
Fusca também tem dia nacional
No Brasil, 20 de janeiro é o Dia Nacional do Fusca. A data foi instituída pela Volkswagen na década de 80 e faz parte do calendário oficial de eventos da Prefeitura de São Paulo desde 1996, ano em que o modelo deixou de ser fabricado pela segunda vez.
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