terça-feira, 18 de maio de 2010

Conheça o "moderno" Cadillac de 1984

Os anos 1980 foram desastrosos para a Cadillac, divisão de luxo da General Motors. Por conta de sucessivas crises no petróleo, a marca acabou prejudicando sua imagem com carros e motores mal acertados, e queria recuperar o mercado que os japoneses ganhavam a cada ano com seus sedãs modernos ao gosto americano.
Em 1984 chegava ao mercado o "novo" Cadillac Eldorado, que retornava com a receita tradicional, mas com novas propostas. Após o fracasso dos motores V6, V8 diesel e também o curioso V8-6-4, que desativava dois ou quatro cilindros conforme o uso, em 1984 a GM finalmente acertou de novo com um motor V8 de alumínio small block, mas que trabalhava bem seus parcos 135 cv. O propulsor era conhecido como HT 4100, alimentado com novo sistema de injeção eletrônica "digital", novidade para a época. Mais caras eram as versões V8 4.5 litros, a 5.7 litros e também o 6 litros.
O design era o mesmo desde o final dos anos 1970 (o projeto desta geração foi lançado em 1979) em tamanho menor, mas serviu como ponto de acerto para a Cadillac, que tinha sua reputação manchada entre os consumidores de alto poder aquisitivo. O Cadillac 1984 trazia linhas retas, os cromados de sempre e o bom acabamento que já o consagrara anos atrás. Para tentar voltar aos bons tempos, a marca relançou o modelo Biarritz conversível, que teve mais de 3.000 unidades vendidas.
Por dentro ainda era confortável, mas sentia o peso dos anos. Linhas retas demais, comandos simples em comparação com outros modelos e os apliques de madeira que os americanos tanto gostam. No entanto, era moderno e seguro com seus opcionais tais como ar condicionado digital, freios a disco nas quatro rodas com mecanismo anti-travamento (ABS), piloto automático eletrônico, bancos elétricos com pré-ajuste, rádio toca fitas digital auto reverse e outros itens de conforto.
Em resumo, o Cadillac Eldorado de 1984 era um paradoxo: tentava corrigir os erros das versões antigas, se propunha ser um veículo superior diante de modelos mais simples como o Cimarrom, mas era um carro velho em termos de design. Neste cenário, a marca fincou pé entre o público mais velho e conservador, enquanto os mais jovens optavam por carros mais modernos e racionais.
Neste ano, foram mais de 100 mil unidades fabricadas, uma queda brutal ante os cerca de 200 mil veículos fabricados por ano, durante a década de 1970, mesmo nas fases mais agudas da crise do petróleo (1973, 1976 e 1978). O Cadillac também era um carro bastante caro para a época, e custava a partir de US$ 31.000,00. Hoje em dia, um carro desses em bom estado vale cerca de US$1.500, tal como este das fotos, que encontramos em Miami, Flórida.

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