Dia de inauguração de uma “Service Station” da Standard Oil em Ohio,
meados dos anos 50. A SOHIO é uma das empresas criadas por John D.
Rockfeller como forma de controlar o mercado americano e escapar à lei
criada em sua homenagem, o Antitrust Act de 1890.
Supostamente, claro.
Fotografia perfeita, impecável, técnicamente irrepreensível. Em português claro: linda.
Primeiro, a fotografia original. Uma festa, literalmente.
Vamos dar um zoom nos detalhes. Os letreiros, primeiro. Começando pelo neon.
A cena principal, agora.
Do lado esquerdo, alguém está calibrando os pneus de um Buick Century ou Special, 1954.
As bombas de combustível. Supreme ou X-Tane? Um globo destes da X-Tane, original, custa uma grana hoje em dia. Já uma reprodução é barata.
Voltando à cena principal. Em primeiro plano, um formidável, lindo, estonteante Plymouth Belvedere 1955.
Infelizmente não sabemos pelo ângulo se é um 6 cilindros ou V8. Somente
47.375 desses Belvedere foram fabricados neste ano, que para mim é mais
elegante que o manjado 57.
Ainda na cena acima, um Chevrolet 150 ano 1954, em segundo plano à esquerda. Na sua frente, à direita, um Chevrolet 210 Townsman Wagon ano 1955.
Chegando mais perto do Belvedere e sua alegre e sofisticada motorista.
Como lá é a terra dos aditivos para tudo, não se esqueça de levar o seu.
A elegância de um frentista de posto dos anos 50, um senhor de idade avançada, em seu trabalho digno.
E o outro, mais atrás. Rayban.
A rica cena de fundo. Toda atenção ao dono do carro, o senhor nosso cliente.
Lavar os vidros, a eterna cortesia de um bom posto de gasolina e
serviços. Não me lembro a última vez que me ofereceram esta inestimável
gentileza. Só pedindo.
Ao fundo, uma cena comum. Não me refiro ao Nash 1949 ou 50 nem ao Cadillac 1952
(confere?). Mas ao Ford 1949 relegado ao fundo. É uma metáfora, mas eu
que estou habituado com as fotos dos finais dos 40 e começo dos 50, já
percebi há muito tempo esta transição: entre 1950 e 52, os Fords são
onipresentes nas fotografias que conheço, em muito maior número que
qualquer outro carro contemporâneo ou dos anos seguintes. Mas, em algum
momento a partir do final de 1952, acontece isso; as cenas registradas
são invadidas por Chevrolets e outros e os Fords 49/51 são bruscamente
deslocados do primeiro plano até que, em meados da década, sua
ocorrência é a de um pássaro dodô no zoológico da Quinta da Boa Vista:
nenhuma. Isso mostra as rápidas transformações da indústria nos
primeiros anos do pós guerra. Só podemos imaginar o frenesi que era, a
ansiedade que significava ser um americano médio e comprador de
automóveis então. Mais ou menos como a nova classe média no Brasil de
hoje.
Enfim, um zoom ao fundo.
Mais perto…
Para terminar, como um dos personagens misteriosos e ocultos de “Las Meninas” de Velasquez,
um observador privilegiado de toda a cena, uma criança. Que é talvez
tenha quem guardado a melhor memória e sentimento de toda a cena.
E um anúncio pitoresco da SOHIO da época destas fotos, que achei por aí, muito bonito. Xis!
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Fonte: Blog dos Carros Antigos.
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